Editoria: Vininha F. Carvalho 03/08/2005
Um estudo apresentado ontem nos Estados Unidos defendeu a
tese de que o contato com animais domésticos nos primeiros meses de vida poderia reduzir, ao invés de aumentar, o risco de alergias. Não são poucos os pais que se desfazem de seus animais para evitar riscos para bebês muito novos.
No entanto, a nova pesquisa sugere que crianças expostas aos pêlos de cães e gatos em seu primeiro ano de vida sofrem menos crises alérgicas.
A pesquisa não é a primeira a sugerir que o contato com animais
domésticos poderia funcionar como uma espécie de vacina contra a
alergia.
Porém, é a mais detalhada já realizada. Em teoria, o contato desde cedo com pêlos de animais poderia dessensibilizar o sistema
imunológico das crianças à presença não só de animais peludos, mas também de tapetes e poeira, entre outros alérgenos.
Mesmo admitindo que apenas uma parcela de seus colegas concorda com suas idéias, os autores do estudo disseram que seus resultados são significativos.
A pesquisa foi realizada com 473 crianças (241 meninas e 232 meninos) atendidos no Medical College of Georgia e no Henry Ford Health System, em Detroit.
Foram testadas reações alérgicas, função pulmonar e brônquica por
sete anos. Os cientistas descobriram que crianças expostas a animais tinham incidência de alergia 50% menor do que as demais.
Eles frisaram que crianças asmáticas não foram consideradas no estudo e que, para estas, animais continuam não sendo recomendados. O estudo foi apresentado na American Thoracic Society.